quarta-feira, fevereiro 01, 2006

"se não tivesse exagerado tanto"

Fazia um mês que eu nao entrava aqui. Falta de tempo, de computador disponível, férias. Explicações aceitáveis. Ainda nao sei o que vim dizer...talvez só tenha decidido escrever. Penso que nao precisa fazer muito sentido. É que ouvir a Paula Toller cantando "Qual o segredo da felicidade/Será preciso ficar só pra se viver?" me deixou um pouco inspirada, ou somente com vontade de pensar por escrito.

2005 foi um ano intenso, pra mim. Doses exageradas de tudo que eu podia e gostaria de viver. Amigos, presentes, leituras, bebidas, coisas ilícitas. Nao que eu tenha feito coisas demais no ano que passou, mas acho que todas elas foram feitas com uma intensidade que eu nunca havia empregado em nada que eu já tivesse feito. Fiz amigos, conheci pessoas diferentes, mudei muitos conceitos sobre músicas, livros, filmes, teoremas e blá blá blá... Mudei muitos conceitos sobre gente. E gente é a palavra que resume meu 2005.

Nao foi como eu imaginava que seria. Me fez mudar muito e nem sempre eu gosto disso. Sempre fui avessa às mudanças repentinas e impostas, mas nesse ano elas surgiram de repente e me fizeram bem. Deixei de fazer algumas coisas que eu gostaria. Deixei de conversar com algumas pessoas. Perdi tempo. Perdi oportunidades. Perdi pessoas. Transformei muita coisa em mim.

Nao penso que tudo que eu mudei esse ano vai durar muito. Talvez nao precisem mais que 2 meses pra tudo mudar de novo. Vai saber... A vida da gente é tao cheia de acontecimentos (in)significantes e nunca da pra saber o efeito que eles vao trazer. Talvez amanha eu nao durma. Talvez nem acorde. Sei lá...

Enfim, escrever sobre 2005 depois de já ter passado um mês inteiro de 2006... Isso porque eu ainda estava esperando pra ter uma noçao, pequena, do que vem por aí. Janeiro foi turbulento. Foi divertido, exagerado, inusitado. Foi cansativo. E contei-o pelos quilômetros e não pelos dias. Se todos os outros meses que estão por vir forem assim, pode ser que meu 2006 seja um 2005 Plus. Muito mais intenso, muito mais mudante. Muito mais meu.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Semiótica: a estranha doutrina dos signos

Existem coisas desesperadoras. Uma delas, com certeza, é a Semiótica. Charles Sanders Pierce deve ter sido um grande maluco, lunático, cheirador, que fumava todas e ficava viajando horas sobre essa história de signos e suas tricotomias. Eu confesso que acho o assunto até bem interessante, já que, na prática, são coisas até aplicáveis, apesar de bastante complexas. No entanto, a linguagem com que Peirce apresenta essas ideáis é extremamente chata e praticamente incompreensível. Hoje eu conversava com meu pai sobre essa maravilhosa doutrina dos signos, que é a Semiótica, e uma dúvida me ocorreu: Por que os estudiosos dessa área têm que usar palavras tao complicadas para expressarem o que pretendem? Não é só o Peirce. Quem conhece John Searle e sua Intencionalidade sabe bem do que eu falo, além, é claro, do ilustre professor da minha cadeira de Semiologia, que por motivos de segurança pessoal nao citarei o nome neste blog.
Enfim, o fato é que o fim do semestre se aproxima e, como de costume, eu deixei tudo pra fazer agora. Tá, não é tao costume assim, afinal é meu 2º semestre na faculdade ainda, mas o importante é fazer as pessoas realmente entenderem que eu estou cheia de trabalhos e provas e nao terei tempo de fazer todos eles com a competência que eu gostaria. Maldita Semiologia! Está me tomando todo o tempo!
O pior de tudo é que eu escrevo esse maldito trabalho entitulado "Iconismo: conceito e crítica" e nao consigo abstrair praticamente nada do que está escrito ali. Além disso, os tópicos obrigatórios do trabalho estão nos livros e artigos mais dificeis e entediantes da face da Terra, o que nao facilita em nada as coisas. E o sádico do professor ainda me chama pra responder as malditas perguntas idiotas da aula. Como eu estou odiando essa cadeira! O que me desespera mais ainda é que eu só tenho TRÊS fucking dias pra fazer esse trabalho motherfucker! E o pior do pior, porque o pior eu já disse o que é, eu não posso usar os melhores trabalhos de veteranos que eu tenho aqui porque os meus nobres colegas já se apoderaram deles e fizeram seus trabalhos-clipping utilizando-os. Deus os castigue até a eternidade!
Sinceramente, não tá dando mais pra aturar os empiristas, Putnam, Locke e Hume, e toda essa parafernália conflituosa em que se traduz essa tal Semiótica. Nao aguento mais ler um conceito de Peirce e tomá-lo como certo para segundos mais tarde ler a Santaella afirmando coisas completamente contrárias. Linguagem icônica? Intencionalidade? Tudo bem, já entendi que o ícone nao possui condições de satisfação explicita e que, por isso, nao é possivel que haja uma linguagem icônica. Já entendi o que são hipo-ícones, pra que eles servem. Já sei que a única maneira de comunicar uma idéia é através do ícone. Acho tudo isso interessante. Interessante mesmo. O que me dói é saber duas coisas:
1. Essa cadeira, além de se tornar eletiva no proximo semestre, nao tem sentido algum pra cadeira da qual ela é pré-requisito, o que significa que eu nao vou utilizar essa coisa de ícone pra nada;
2. O Umberto Eco diz que "a categoria de iconismo não serve para nada, confunde as idéias porque não define um único fenômeno nem define apenas fenômenos semióticos. O iconismo representa uma coleção de fenômenos reunidos, se não ao acaso, com grande amplidão de idéias – tal como, provavelmente, na Idade Média a palavra pestilência abrangia uma série das mais diversas doenças"

Alguém ainda quer me ajudar com essa tal Semiótica?

PS1: Eu sei que posso ter decepcionado meus leitores com um texto tao rabugento, depois de tanto tempo sem escrever. No entanto, me perdoem: eu precisava "desabafar".
PS2: Prometo que o próximo post trará criticas cinematográficas. ;P

terça-feira, novembro 22, 2005

Post musical

Meu fascínio pela música começou faz tempo. Gostei de lambada, passando pelo "dance" e pelo pagode. De tudo um pouco, sempre fui eclético. Mas ultimamente as músicas tem me encatando de certa forma. É inexplicável. O por quê do post? Calma, já vai..

Primeiro: Comecei a escutar esses tempos o novo cd do Jamiroquai (Dynamite - 2005) e ele é simplesmente perfeito. Ouço ele de faixa a faixa, e cada uma das músicas exerce um incrível poder de atração na minha mente. Inconcebível. A primeira das músicas que eu conheci foi, coincidentemente, a primeira faixa do cd - Feels Like It Should. Mas se fosse escolher a melhor de todas ficaria em dúvida e, dentre todas, elegeria duas: Seven Days In Sunny June e Tallulah. Escuto tanto essas músicas que chego a ficar cantando elas no chuveiro.Depois de me viciar nesse cd, decidi conhecer alguns dos outros cd's da banda. E não é que cada um é melhor que o outro?! São uma ótima mistura de soul e funk. São por essas e outras que o show do Jay Kay e sua trupe deve ser sensacional e era exatamente aqui onde eu gostaria de chegar. Eles estão vindo pro Brasil! Tudo bem que é só em março do ano que vem mas eu irei - será um presente de aniversário, oras. Se eles não vierem pro sul, não faço idéia de como conseguirei dinheiro. Mas afinal é Jamiroquai né!

Segundo: Vi, essa semana, pela centésima vez o clipe do Coldplay, The Scientist. E na minha singela eleição mental esse clipe é o melhor de todos os tempos. Além da música ter uma melodia perfeita, o Coldplay se encarregou de fazer um clipe que jamais seria esquecido - pelo menos pra mim. Pra quem não conhece, ele se passa todo de trás pra frente com o Chris Martin cantando. E conta uma história real e muito comum. Não bastasse isso, o clipe ainda alerta para o uso do cinto de segurança. Ponto para o Coldplay - que essa semana foi eleita a melhor banda dos últimos tempos pela revista Rolling Stone!!!

Terceiro: Domingo estreou na MTV, o MTV Ao Vivo Barão Vermelho, com uma coletânea dos grandes sucessos desta banda. Sinceramente, eu achei bem meia-boca, deixou muito a desejar. Mas o convidado super-hiper-mega especial deles foi o único show à parte, Cazuza. E a música escolhida foi a melhor possível, Codinome Beija-Flor. A junção da voz/imagem do Frejat com a voz/imagens-no-telão do Cazuza é inenarrável, e quando aparece a platéia vendo aquele show no palco é de emocionar. Todos empolgados com cada uma das aparições no telão do ex-integrante da banda. Isso é a única coisa que salva esse MTV ao vivo, infelizmente.

Quarto (e último, por enquanto!): Hoje eu, mesmo com todo esse calor que faz nessa cidade, decidi ficar em casa vendo um filme - e foi isso que me motivou a escrever esse post musical de hoje - que fazia tempo me diziam que era bom. O filme? Dois Filhos de Francisco, a história de Zezé di Camargo e Luciano. E surpreendentemente o filme é realmente muito bom, não só porque é bem feito mas porque a história de vida deles é muito empolgante. Desde os tempos que o Luciano tava nascendo e o Zezé cantava com o outro irmão, formando a dupla Camargo e camarguinho. No começo eu não conseguia entender por que o filme teria menção apenas ao pai dos caras e a mãe fora deixada de lado, mas depois de olhar o filme eu criei uma apatia muito grande pelo seu Chico e finalmente entendi que ele é responsável pela carreira da dupla - apesar de eu achar que eles são muito chatos. Só vendo o filme que eu pude ter alguma admiração por eles e, finalmente, dizer que eles merecem estar onde estão.

E tenho dito!

P.S.: post escrito dia 15/11 e completado dia 22/11. :)

P.S. 2: eu tava esperando a natalia postar, mas ela tá ocupada demais pra isso, então me adiantei.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Algo, enfim..

Acordar tarde (ali pelas 14:00.. 14:30); esticar o braço e ligar o computador; levantar, se olhar no espelho e pensar: "como tu é bonito!"; voltar pro pc e jogar conversa fora uma boa parte da tarde; almoçar; às vezes, ir pro inglês.. outras, olhar tv; faculdade; decidir que a aula será mais curta e ir pro pancho; comer, rir e conversar; fingir que as últimas aulas não existem e ir embora; conectar novamente; às vezes, olhar um filme.. outras, escutar música; ficar acordado até tarde (4:00); ligar o ventilador; deitar e dormir.
Essa é a minha rotina semanal. Estranha? Pra mim ela é bem normal. Todavia, há dias que são exceções. Dias que eu faço algo de útil, ou não, mas que de qualquer forma acabam quebrando as "regras". Hoje foi um dia desses em que eu sentia uma imensa necessidade de fazer algo diferente mas acabei acordando tarde demais pra isso, por volta das 16:00. (Nota: essa necessidade de fazer algo diferente está sendo quebrada nesse exato momento afinal fazia tempo que não escrevia nada pra pôr aqui.)
Passei o dia todo - o meu dia começou as 16:00, isso significa que não passei muito tempo - olhando pra sujeira que está impregnada no meu quarto e senti uma grande vontade de acabar com ela - porque além de dorminhoco e preguiçoso, eu ainda sou relaxado. Mas a preguiça foi tamanha que eu não consegui mover nem um dedo em direção ao aspirador de pó, apesar do incômodo que eu estava sentindo. Então, eis que algo totalmente absurdo me passa pela cabeça. Devia existir um limpador automático que funcionasse com a força do pensamento! Imaginem que invento genial pra nós, os preguiçosos e inúteis.
Imaginem comigo. Tudo extremamente bagunçado - e é assim o estado em que o meu quarto se encontra neste exato momento - e com a incrível força do pensamento, tudo seria limpo em um piscar de olhos, assim como acontecem nos filmes da sessão da tarde. Os pedaços de amendoim, as tampinhas de garrafa, os pedaços de papel e todo resquício de sujeira, iriam direto pra lixeira. Ou melhor, iam direto pra rua. Assim eu não teria que ir levar o lixo até lá embaixo. Nota-se que eu prezo pelo menor esforço possível. Se ele não existir, melhor.
(Este texto foi escrito a alguns dias.. algumas coisas mudaram.)
Os amendoins sumiram, os papéis se foram e (quase) toda a sujeira que existia no quarto também. Não, eu ainda não aprendi a fazer a sujeira ir embora com a força do pensamento. E em hipótese alguma eu tive um lapso de limpeza. A solução foi algo inusitado. Minha mãe resolveu vir me visitar e fez uma limpa no meu quarto. Essas são as vantagens de morar sozinho: as visitas da mamãe!

terça-feira, outubro 04, 2005

Gosto de Marlboro

Entrou apressada, fugindo da chuva que começava de novo. Uma garoa fina, chata, que encobrira Porto Alegre durante o dia todo. Gostava dos dias cinzas, ainda que lhe parecessem taciturnos, e gostava, em especial, dos dias chuvosos, apesar de, ironicamente, fugir da chuva naquele momento. Fechou a porta à chave, automaticamente.
Estava sozinha em casa, imaginando o que os pais estariam fazendo, a 250 quilômetros dali, àquela hora. Deixou a bolsa sobre o sofá, sentou numa das poltronas, no escuro. Já passavam das 9 da noite. Soltou os cabelos e tirou os sapatos, lembrando o ultimo dialogo do dia. Se é que aquilo tinha sido um diálogo.
Jogou os sapatos pro chão e deixou a cabeça pender pra trás, num gesto inconsciente. Ficou ouvindo o silêncio por alguns minutos, listando mentalmente o que ainda tinha para fazer. E o que ainda podia fazer. Talvez fosse mesmo passional demais. E não gostou de ser descoberta tão rapidamente na sua passionalidade.
Levantou e foi até o banheiro.
— Perdedora.
Olhou-se friamente, analisando seu próprio olhar. Viu seu avesso, iludida pelo reflexo do espelho, o rosto trocado, o direito no esquerdo. Ficou perguntando para a outra no espelho, se ela a conhecia, mas não esperou pela resposta. Preferiu dar às costas, sem sabe-la. Sem saber-se. Preferiu o esconderijo da ignorância. Preferiu o café e os cigarros.
Foi até a cozinha. Continuava com as roupas molhadas e não tinha a intenção de trocá-las. Não por enquanto. Gostava do contato gelado da roupa úmida. Colocou, devagar, a água quente na xícara, deixando que o café a tingisse de preto. Esqueceu do açúcar, mas lembrou-se de acender o cigarro. A mesma marca que ele fumava.
A fumaça do Marlboro encheu a cozinha - se minha mãe estivesse aqui ia me encher o saco - e a primeira tragada queimou-lhe a garganta. Sentiu o gosto do cigarro e lembrou-se do beijo. Em um minuto reconstruiu a noite, detalhe por detalhe.
Provou o café. Estava ruim, mas não quis levantar para melhora-lo. Deixou-se estar perdida, ao longe, sentindo na boca o gosto dele. Não entendia como havia se apaixonado por alguém com gosto de Marlboro e chegou a rir da situação. Cômico, se não fosse trágico.
A iminência de perde-lo encheu-lhe os olhos de lágrimas. Não queria tê-lo apenas no gosto do Marlboro, enquanto o cigarro estivesse aceso. Queria-o em todos os gostos e de todos os jeitos. Queria-o no café sem açúcar, no chocolate meio amargo, nos morangos. Queria-o na cama, na mesa, sob a água quente do chuveiro, que zerava sua cota de pecados todos os dias, preparando-a para os do dia seguinte.
Sentiu o vento gelado que vinha da janela aberta. Era boa a sensação do vento entrando pela roupa ainda molhada, arrepiando-lhe a pele e fazendo-a estremecer. Olhou as unhas já roxas do frio. O café já tinha terminado, o cigarro também.
Acendeu outro e levantou. Mais uma vez o gosto dele na boca. Abriu a porta e deixou a chuva, agora mais intensa, cair no rosto, misturando-se com as lágrimas que desciam suavemente de encontro à boca. Se não tivesse sentido o gosto salgado, talvez não percebesse que estava chorando. Agora sim, lembrou das frases todas.
— Tu ta bêbada!
— Não to!
— Claro que ta! Nem vai lembrar disso amanha!
— Vou sim, claro que vou!
— Quero só ver...
Lembrou da cerveja quente, da vodka. Dos beijos ensurdecedores. Os olhos que a observavam como que ditando as regras às quais ela se fez criada. Não sentiu raiva. Gostou de tê-lo naquela noite, mas tinha consciência de que, pra ela, não era o bastante, do mesmo jeito que sabia que pra ele era suficiente. Sabia que mesmo que ele tivesse gostado dela, do jeito de menina-mulher, o cabelo no rosto, o sorriso, os olhos azuis, não iria procura-la. Ele sim preferia tê-la só no gosto do Marlboro. Ou da cerveja quente. Ou da vodka. Tinha mais certeza disso pelo tchau seco com que ele se despedira depois da conversa amena de algumas horas atrás.
Deu a ultima tragada, jogou o resto do cigarro fora e voltou para dentro de casa. Encostou-se atrás da porta, pensativa. Já não tinha mais o sabor do beijo dele na boca. Tinha, na verdade, a certeza de que não o teria mais. Não realmente. Não queria depender do Marlboro para sentir o gosto daquela noite. Mas sabia o que faria na manhã seguinte, quando o encontrasse na faculdade. Iria sorrir e pedir discplicentemente:
— Me dá um cigarro?


Uma versao feminina do meu [conto sem título]? Talvez...
E antes que outras pessoas digam o contrário: esse conto nao é autobiográfico! Tá, só os olhos azuis e Porto Alegre...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Vamo que vamo..

O orkut é realmente algo interessante. Esses dias numa das minhas andadas por lá encontrei uma comunidade chamada "Autodivertidos". Certo que essa comunidade, e os usuários dela, são totalmente insanos. E é claro que eu já estou nela, afinal eu sou um desses autodivertidos que estão espalhados por aí, que conseguem caçar jacaré em tsunami (referente à outra comunidade do orkut. sim, tenho andado bem orkuteiro).
Minha vida nos últimos tempos tem sido tão estranha - até pra mim. Tenho conhecido tanta gente diferente, adquirido tanto hábito estranho, visto tanta coisa bizarra, presenciado e participado de tanto fato inenarrável. Tanto, tanto e tanto. Essa hipérbole é pra expressar, ou chegar bem perto, do que tem sido minha vida nos últimos tempos. E sabe que ser insano é algo que realmente tem a minha cara. Não pela insanidade em si mas pelos fatos gerados por ela, entendem?
Quanto às minhas aulas, o inglês, trabalhos, provas e compromissos. Sem comentários. Nunca estive tão relapso - na verdade acho que já estive, mas pra deixar mais dramático é melhor deixar isso enfatizado. As aulas de semiótica e de perspectiva ético-antropológica tem sido um carma, as provas dessas matérias também. Não é por menos que matei as 2 semana passada e deixei pra tentar fazê-las no final do semestre, nada mais cômodo e insano (afinal, quem deixaria de fazer uma prova em setembro pra fazer em novembro, podendo estar de férias?). Tenho andado desinteressado pela faculdade, admito.
Pelas festas? Por essas não, de forma alguma! Essa é a minha sina, definitivamente. Sou um ser noturno, festas me agradam, música me apetece, muita gente me deixa empolgado. Tipo de festa? Ah, qualquer uma. Tendo gente animada é a conta, se tiver companhias legais.. perfeito. Se tiver música eletrônica eu não reclamo e frito feliz.. ops.. fico feliz.
Muito louco e simplório, é assim que eu me defino nos últimos tempos. Ah, auto-suficiente também. Consigo fazer de cada segundo o melhor de todos (menos os segundos dentro da sala de aula) e é assim que é. "Tudo tem seu lado bom." essa frase define meus últimos dias e daqui pra frente é assim que vai ser.

terça-feira, setembro 20, 2005

Nao quero

Eu estou há dias tentando achar um assunto pra escrever um conto e postar aqui. Estou há dias buscando uma inspiraçao e um assunto interessante, sobre o qual valha a pena de me debruçar quaisquer 40 minutos sobre o teclado para colocar algumas palavras na tela desse computador. O fato é que tem um momento que os assuntos faltam e tudo vira um monte de pensamentos soltos e nada além.
Eu quero falar, mas nao sei sobre o que quero falar. Nao quero discutir politica, nem religiao. Nao quero falar de cinema, de teatro ou de musica. E também nao quero falar sobre viagens que fiz e nao fiz...e sobre viagens que nunca farei. Nao quero me perder na ilusao dos pensamentos doces, que me fazem acreditar nos futuros perfeitos, nas pessoas queridas, no mundo diferente que a gente costuma sonhar. Nao quero falar sobre os meus sonhos, aqueles que nao tenho enquanto durmo. E nao quero falar sobre a densidade do colchao em que me deito todas as noites para dormir. Dormir e nao sonhar
Hoje nao quero falar da vida dos outros. E nao quero contar pra ninguem que amanha vou acordar as 6 horas da manha, tomar um onibus lotado e andar durante 40 minutos pra chegar até a faculdade, onde vou encontrar cinco vezes mais pessoas que nao suporto que os meus poucos amigos. E também nao quero continuar discutindo economia com meu pai, defendendo um modelo protecionista e me perdendo nos conceitos que mal decoro pra impressionar as pessoas, fingindo ser alguem que nunca serei.
Nao quero discutir meus [des]compromissos emocionais e a falta que eles me fazem. Nao quero falar das minhas amigas que eu deixei pra trás, da minha família que eu deixei pra trás e nao quero dizer o quanto amo meus pais e meu irmao. E o quanto eles sao importantes pra mim. Nao quero abrir minha conta de email e excluir todas as mensagens inuteis que o orkut me manda. E nao quero ver as malditas correntes que se encontram lá. Nao quero ler o Ciro Marcondes Filho e nem pensar na aula da Rosa Nívea. E nao quero ter que sentir perfumes amanha porque sei o quanto eles vao irritar o meu nariz.
Nao sei o que quero. Nunca sei.
Talvez eu queira apenas descobrir quem eu sou. Ou descobrir quem estou tentando ser.