segunda-feira, dezembro 05, 2005

Semiótica: a estranha doutrina dos signos

Existem coisas desesperadoras. Uma delas, com certeza, é a Semiótica. Charles Sanders Pierce deve ter sido um grande maluco, lunático, cheirador, que fumava todas e ficava viajando horas sobre essa história de signos e suas tricotomias. Eu confesso que acho o assunto até bem interessante, já que, na prática, são coisas até aplicáveis, apesar de bastante complexas. No entanto, a linguagem com que Peirce apresenta essas ideáis é extremamente chata e praticamente incompreensível. Hoje eu conversava com meu pai sobre essa maravilhosa doutrina dos signos, que é a Semiótica, e uma dúvida me ocorreu: Por que os estudiosos dessa área têm que usar palavras tao complicadas para expressarem o que pretendem? Não é só o Peirce. Quem conhece John Searle e sua Intencionalidade sabe bem do que eu falo, além, é claro, do ilustre professor da minha cadeira de Semiologia, que por motivos de segurança pessoal nao citarei o nome neste blog.
Enfim, o fato é que o fim do semestre se aproxima e, como de costume, eu deixei tudo pra fazer agora. Tá, não é tao costume assim, afinal é meu 2º semestre na faculdade ainda, mas o importante é fazer as pessoas realmente entenderem que eu estou cheia de trabalhos e provas e nao terei tempo de fazer todos eles com a competência que eu gostaria. Maldita Semiologia! Está me tomando todo o tempo!
O pior de tudo é que eu escrevo esse maldito trabalho entitulado "Iconismo: conceito e crítica" e nao consigo abstrair praticamente nada do que está escrito ali. Além disso, os tópicos obrigatórios do trabalho estão nos livros e artigos mais dificeis e entediantes da face da Terra, o que nao facilita em nada as coisas. E o sádico do professor ainda me chama pra responder as malditas perguntas idiotas da aula. Como eu estou odiando essa cadeira! O que me desespera mais ainda é que eu só tenho TRÊS fucking dias pra fazer esse trabalho motherfucker! E o pior do pior, porque o pior eu já disse o que é, eu não posso usar os melhores trabalhos de veteranos que eu tenho aqui porque os meus nobres colegas já se apoderaram deles e fizeram seus trabalhos-clipping utilizando-os. Deus os castigue até a eternidade!
Sinceramente, não tá dando mais pra aturar os empiristas, Putnam, Locke e Hume, e toda essa parafernália conflituosa em que se traduz essa tal Semiótica. Nao aguento mais ler um conceito de Peirce e tomá-lo como certo para segundos mais tarde ler a Santaella afirmando coisas completamente contrárias. Linguagem icônica? Intencionalidade? Tudo bem, já entendi que o ícone nao possui condições de satisfação explicita e que, por isso, nao é possivel que haja uma linguagem icônica. Já entendi o que são hipo-ícones, pra que eles servem. Já sei que a única maneira de comunicar uma idéia é através do ícone. Acho tudo isso interessante. Interessante mesmo. O que me dói é saber duas coisas:
1. Essa cadeira, além de se tornar eletiva no proximo semestre, nao tem sentido algum pra cadeira da qual ela é pré-requisito, o que significa que eu nao vou utilizar essa coisa de ícone pra nada;
2. O Umberto Eco diz que "a categoria de iconismo não serve para nada, confunde as idéias porque não define um único fenômeno nem define apenas fenômenos semióticos. O iconismo representa uma coleção de fenômenos reunidos, se não ao acaso, com grande amplidão de idéias – tal como, provavelmente, na Idade Média a palavra pestilência abrangia uma série das mais diversas doenças"

Alguém ainda quer me ajudar com essa tal Semiótica?

PS1: Eu sei que posso ter decepcionado meus leitores com um texto tao rabugento, depois de tanto tempo sem escrever. No entanto, me perdoem: eu precisava "desabafar".
PS2: Prometo que o próximo post trará criticas cinematográficas. ;P